sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Olhar giga nerd acerca da condição humana

Dos mares de lama da indolência, ressurjo com um tema assaz inútil oriundo do meu ocioso refletir sem critério e meus antecedentes nerds de baixíssimo prestígio.

Sentado a observar tipinhos e tipinhas, no oco trono de minha auto-indulgência, me ocorreu que, as pessoas no geral, são o que são como que se fossem concebidas tal qual um personagem de RPG.

Num jogo de RPG convencional, de mesa, cada jogador joga com um tipo de personagem, o qual tem pontos fortes e fracos, características físicas, mentais, sociais além dos conhecimentos que possui.

++TRECHO OPCIONAL++

Determinei que esse bloco é opcional devido à sua natureza profundamente nerd,o que pode ser de pouco ou nenhum interesse para a maioria dos 5 leitores que acompanham o blog.

Pra que não sabe, num jogo de RPG, cada personagem vai evoluindo com o decorrer do jogo, ao evoluir recebe pontos para melhorar seus conhecimentos ou adquirir novos. A quantidade de pontos varia de um número padrão de pontos incrementado ou decrementado de acordo com o valor de sua característica regente. (Nossa, mas que merda mais chata, não camarada?)

Por exemplo, digamos que um personagem é um boxeador e acaba de dar mais um passo, acumulou experiência e aprendeu coisas. Quer melhorar sua habilidade de lutar boxe. Pois sim, para saber o quão bem ele boxeia, somam-se os pontos de sua habilidade de boxear e adiciona-se um valor de bonus por sua força (ele é forte) e mais um pouco por sua agilidade (ele também é ágil).

Se ele fosse fraco e descoordenado, ao invés de somar o valor à sua habilidade de boxear, ele subtrairia, pois, basicamente, depende de sua habilidade no ofício e não em sua condição física. De modo que precisa se esforçar muito mais do que os outros para obter sucesso como boxeador.

Espero ter feito algum sentido nessa baboseira inútil.

++ FIM DO TRECHO OPCIONAL ++

Pois bem, é não é que quem quer que tenha pensado nesse sistema para se definir as características é bem espertinho?

Foi observando o proceder de um colega que dei início a essa elucubração. Ele é um cidadão de notável habilidade matemática, tudo o que envolve tecnologia, programação e se relaciona a computadores está na ampla esfera de seus domínios técnicos. Como a parte da roleta genética é meio que acaso (digo meio porque não é de se estranhar uma sopa ruim se os ingredientes forem de qualidade inferior) podemos dizer que ele teve sorte no que diz respeito à inteligência.

Então, trata-se de um cidadão bem inteligente, até um pouco pedante por conta disso, consegue resolver praticamente todos os pepinos técnicos que surgem e que possam surgir como que se já soubesse a resposta, num átimo.

Em compensação, suas vestes são escolhidas aleatóriamente, apenas se cobre, caminha de forma estranha, é bem magro, o que, no geral, significa que não é nenhum prodígio nos esportes, é pouco desenvolto no cortejar ao sexo oposto e (isso já estou a presumir, baseado em poucas conversas sobre esse assunto) seu gosto por cultura no geral são mais modestos.

Gosta de ler gibis, mas seus favoritos são aqueles mangás que somente garotos pequenos gostam mesmo. Creio eu que ele não se interessaria por filmes como Barry Lyndon, Laranja Mecânica, A Vida dos Outros, ou algum filme tão metido a besta quanto. É de se esperar, são filmes de pesada carga emocional, contemplativos, que acabam por despertar o interesse de pessoas com um certo nível de sensibilidade e conhecimento de suas emoções.

Bem, sempre lembrando que estou dizendo isso de modo um tanto preconceituoso, mas arrisco dizer, arrisco até a escrever, pois penso que é assim que de fato é.

Então é! Pois bem, esse é um exemplo de um "personagem" totalmente especializado, focou todos os pontos dentro de um universo só. Habilidade notável somada à experiência, ausência de preguiça e aptidão fazem dele um cara como é. Abriu mão de outros aspectos em detrimento disso.

Agora tem outro. Menos notável mas não menos importante para exemplificar minha teoria.

Esse aí é um exemplo de um cidadão mediano até, julgo eu com meu preconceituoso observar, mas mediano pra baixo. Não é especialmente forte nem ágil, deve ter uma saúde normal, uma inteligência normal e não é nenhum orador capaz de inspirar multidões, nem pequenos grupos, pra dizer a verdade.

Os anos passaram e das duas uma: ou ele foi muito preguiçoso nas cousas do pensar, ou ele espalhou os pontos que lhe foram disponibilizados ao subir os degraus do evoluir de forma pouco criteriosa e sem foco. Não há conhecimento notável algum no ramo de conhecimento pertinente ao seu campo de trabalho, sabe das coisas mas de modo superficial, sem solidez, às vezes até dizendo uma tontisse ou outra acerca de assuntos do trabalho. Gosta de destilar os conhecimentos de outrora, na época em que seu saber era contemporâneo da atualidades. Gosta mais de realizar as tarefas organizacionais, como conferir listas e organizar arquivos, o braçal, trocando em miúdos.

Por mais que exista a possibilidade de não ser esse o caso, pra mim, ele simplesmente não gosta de se atualizar e de "passar de nível" ou seja, vai ganhando os pontos de conhecimento mais lentamente, caracterizando bem a figura que temos a nossa frente.

No geral, as pessoas têm uma aptidão ou outra, uns poucos são prodígios em um assunto ou outro, e uns outros uns autênticos bostas, em todos os casos, faz-se possível caracterizar os tipos com uma analogia à esse sistema tão familiar dos nerds.

Fim de papo.