terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pérolas da revista Rock Brigade, escritas nos anos 80

Faz um tempo eu havia me deparado com um post em um site ou blog, não me lembro agora, com trechos de matérias da revista Rock Brigade. Como faz tempo mesmo, eu retive somente fragmentos na memória e já me lamentava de saber que nunca mais poria os olhos nesses escritos.

Calhou que eu por acaso encontrei de novo! E dessa vez não vou me arriscar, vou colar o trecho aqui com o link para o post original. Lá vai:

Sensacional!!
Resenha da Brigade!
Como eram bons os tempos da Brigade e da Metal!

Saiu em uma Brigade de 1983:
É um texto sobre o Deep Purple In Rock:
“Paice mostra uma feroz seqüência de hipnotizantes estrondos tirados de sua Ludwig rústica, mas resistente aos seus golpes certeiros. O baterista trata seus pratos como um escravo fugitivo enquanto Gillan solta um verdejante grito como um LEÃO em seu mais duradouro período de cio.”

Unleashed in The East do Judas…
“Tyrant mexe tanto com a adrenalina do corpo que deve até dar um nó na espinha de quem tentar dançar ouvindo-a. É pau pra todo lado e faz essas cocotinhas da onda disco enroscarem-se em suas próprias abas cuzagonais!”

Show no mercy do Slayer
“Os guitarristas do Slayer rasgam os seus dedos, destroçando as cordas do mais perfeito instrumento projetado pelo capeta. Power metal elevado á última instância, tempestuoso e corrosivo, feito somente para headbangers. Roncando e vomitando fogo, como se um cometa explodisse dentro de um vulcão em erupção!”
“Misericórdia não existe! Não cabe na filosofia Heavy, por isso que Dave Lombardo pulveriza as moléculas do ar com suas patadas letais na mesma medida em que o terremoto procado pelo baixo de Tom Araya invoca Satanás para a destruição! Não tem música melosa! A mais lenta faz qualquer um sair por aí chamando urubu de ‘Meu Loro’ e Jesus de “Jenésio”.


Resenha sobre o LIVE EVIL - 1983
“Ronnie James Dio encarou o demônio de frente, galopou no cavalo da morte e dançou na propriedade do sobrenatural. A amarga gota de fel que é nódoa nos corações humanos e o desespero pela poder da força que arrasta todos às profundezas do inferno, foram por ele galhardamente cantadas, num Heavy Metal que Satanás não ensinaria nas escolas do inferno.
A guitarra de Iommi ronca feio para o lado dos espíritos. Estremece túmulos. Os ventos soprados pelas cordas de Geezer assobiam gelado nas cumieiras da mente! Vinnie o convidado macabro cumpre o seguimento do ritual, possuído que foi pelo Black Sabbath.
O Sabbath resistiu e persistiu no caminho do pau-pesado que transcende a própria música. Pois na sua essência a estupidez do pesado é o repúdio encolerizado da própria condição “Filho da Puta”, pecaminosa e mortal em que vive o homem.
Na capa, um shock de nuvens carregadas de megatons anunciam fenômenos dantescos sobre o mar. O azul foi ao negro num abraço macabro, e o positivo foi ao negativo como que por encanto, precipitando na estampa perplexa do horizonte confuso, a descrição geométrica de um relâmpago serpenteador. Desceu na rota dos elétrons como um raio sobre o oceano, que o acolheu em seu peito com tanta valentia e determinação, quão resoluto e furioso ele desceu. A natureza enxotou de seu reino as pernícies humanas que vagueiam nas entranhas de suas cores místicas e em seus fenômenos íntimos.
Sob a intolerância das forças naturais, elas deixam-se sair pelas portas do oceano, alcançando a praia, onde vagueiam as almas penadas a procura de um lar seguro e promissor. E encontram a mente humana, onde engendram, conquistam e dominam…”


RELEMBRANDO O ACCEPT
Outro dia eu estava relembrando os good times com o Michel e ele lembrou da clássica Fast As A Shark do Accept!
Então resolvi fuçar as Brigades e buscar um trecho da resenha do Restless and Wild da banda alemã:

“O acetato vermelho da fera alemã, pelo visto é mais uma estilingada na orelha dos ‘chucruts’!
Numa terra de cidadãos que sentem o fogo de duas guerras nas costas, nêgo, que o mais burro anda, brincando de pega-pega com um computador doméstico, e o mais mal-educado cospe no pé do poste, como ato de rebeldia, olha, entende na primeira orelhada o som dos branquelos!
Aliás, fazer Metal na Alemanha deve ser algo de arrepiar os pelinhos pubianos da esposa do presidente de conselho de censura federal.
Logo no início do álbum, Udo solta um berro tão paranóico e comprido, que parece que vai morder a bunda de alguma garota que lhe negou uma dormidazinha numa tarde chuvosa…”
Hail To England do Manowar
“Joey de Maio lança maldições em cada nota executada, despedaça seu baixo em agonia mutiladora.
Ross the Boss arrepia os reconditos mais profanos do corpo.
Eric Adams vocifera tão afiado que choca-se em contato com a nossa era.
A bateria parece ser tocada pelo próprio Lúcifer em extase, Scott Columbus detona a estrutura espaço-tempo com suas porradas sônicas…”


Akira Takasaki do Loudness!

“Guitarrista que nem o Akira Takasaki não se acha em qualquer esquina. O cara tem os dedos mais rápidos do que a eletricidade que corre em casa. Seus dedos lépidos dedilham com precisão impecável o braço de seu machado, fazendo-o cuspir notas milimetricamente encaixadas. O que esse japonês faz no palco é o que era de se esperar de um jovem nascido num país que tem a triste memória de ter levado duas bombinhas na orelha.
Nem só de pastel vive japonês, mas também de lavanderia. A verdade é clara, é um povo muito esperto, não é como o português…
País que no mapa tem apenas uma polegada, onde vivem milhões de japonezinhos de tudo quanto é jeito e modo diferente. Entre tantos outros existem também os japa-bangers…
No show do Loudness a japonezada se maturba, grita, uma tamanha orgia…O vocalista canta como um raro galo japonês!”


Fonte: http://www.greennotes.mus.br/message.asp?messageID=77188&listaFor=