sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Geriatétrico excreta involuntário.

Saudações.

Para quem não sabe ainda, quebrei a mão. O ocorrido foi no dia 08/08. Mais precisamente quando, munido de coragem e imprudência, decidi descer uma ladeira de 1km com meu skate, cujos eixos estavam um tanto moles para tal façanha, o que resultou num tombo a 60km/h, uma fratura no primeiro metacarpo da mão esquerda, um cotovelo trincado e amostras gratis de esfolamento em diversas partes do corpo.

Por conta disso, tive que fazer diversas visitas ao médico, nenhuma delas agradável e uma internação para que, em procedimento cirúrgico, meu osso fosse parafusado no lugar.

No entanto, estou relatando isso, não somente pela costumeira necessidade de auto reverberação que são tão comuns nos blogs, mas porque isso me lembrou o porque tenho uma certa repulsa aos membros da terceira idade, os velhos.

Numa de minhas visitas ao consultório, me deparei com diversos velhos. Na verdade velhas. Algumas peruas já na fila de ingresso para entrada na velhice também, cujos problemas se resumem a problemas de saúde, os quais elas fervorosamente perseguem, bem como tudo o que é necessário para que eles se cessem, por desenfado, afinal de contas, não fossem as enfermidades, nada teriam para fazer.

Pois bem, mas o que foi fundamental para eu reafirmar meu desconforto foi a presença de uma senhora, que veio caminhando de dentro do consultório, trajada com uma saia preta, comprida, funesta, que deixava à mostra suas canelas secas, descamando, de um rosa defunto, mesma cor dos seus inflados peitos do pé, presos por seus sapatos de 80 anos atrás, numa opressão de bexigas prestes a estourar. Usava um casaco que imitava pele, felpudo, roxo, velho, empoeirado. Mas apesar da surra visual já ter sido forte, o pior foi o cheiro. Urina seca e velha. Urina de remédios mil, um resumo de sua moléstia concentrada no mijo, que no momento já deveria estar impregnado nas vestes deste cadáver atrasado.

O desconforto foi imenso. Lamento me sentir assim, deve ser a mãe de alguém, me convalesço e tudo o mais, mas é complicado.

Lembrei da minha avó, coitada (coitada só porque é minha avó, de outro jeito não pensaria assim) com mal de Parkinson ha muitos anos. Mesmo Lúcida (dentro do possível), com 89 anos já começou a perder o controle do esfíncter. Anda de fraldas. Tem que ser assim, pelo menos ela não fica tão repulsiva quanto a outra velha, uma mistura de mendigo com Mum-Ra. Fico imaginando se esse mal de Parkinson afeta de fato o esfíncter. Se sim, deve ser um inferno ficar com os musculos cuzagonais a se contrair e descontrair involuntariamente, tal qual um coração, mas no rabo. Um incessante piscar de pregas, que parcelaria em menores fragmentos tudo o que de lá viesse a sair.

Bem, espero que não seja assim com minha avózinha.

Fim de papo.

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