segunda-feira, 10 de novembro de 2008

um carnaval do barulho

a princípio queria me desculpar pelas minhas parcas postagens, além de inércia, têm me faltado material digno de menção para alimentar este sítio de nulidades verbais.

como não raro me acontece, ao sorver néctar alcoolico num ócio merecido em frente ao computador, acabo por me admoestar de algum fato acontecido a longa ou curta data que valha escrever, tal qual agora.

na nossa estada no vale de lágrimas da existência, passamos por algumas clareiras de jubilosas experiências, que são tal qual colheradas de açúcar no copo de fel que é o viver. o carnaval, para nós brasileiros em sua maioria, é uma dessas datas adocicadas, seja por um motivo ou por outro. posso garantir que neste caso não se trata de hedonismo promíscuo nem de celebrar dançante.

é que, por meados de muitos anos atrás, um grupo de amigos foi usar o tempo que lhes foi presenteado para o ócio, na ocasião do carnaval, na praia de ilhabela. entre eles, meu amigo protagonista de outros ocorridos de igual magnitude nas cousas das presepadas.

como é de conhecimento geral, ele é (ou era) um campeão olímpico na ingestão etílica, combustível para o motor da imprudência, motor o qual, nele, já rodou tanto que está na época de fazer uma retífica. ou estava. enfim, bem, o grupo todo foi para uma casa, casa a qual ficou bem cheia, fazendo com que alguns tivessem que dormir em colchonetes no chão.

no dia dos festejos em si, todos foram para a ilha para ver se lograriam êxito com o sexo oposto. passado o tempo de ficar na ilha, com alguns vencedores e alguns perdedores (dentre eles nosso campeão), é chegada a hora de retornar para a casa, a fim de gozar de um descanso merecido.

nosso herói é conhecido também por sua ausência de limites, nunca tem fim, não seria na noite de carnaval que ele iria ter uma epifania. todos foram e ele decidiu ficar. bebeu mais algumas e sentiu fome. não hesitou em dirigir-se a uma pizzaria, a predileta do grupo e pediu para si somente, uma pizza inteira. no entanto, mesmo sendo também um grande atleta da ingestão de alimentos, após todo o álcool, deixou restar um pedaço.

continua a nos assombrar a dúvida do motivo pelo qual ele decidiu carregar o pedaço restante consigo.

entrou na casa, todos já dormiam como era de se esperar, foi caminhando para o corredor e começou a sentir um clamor de excreta urinal dos trombones dos seus rins, e caminhou para o que achava ser o banheiro. mas havia o empecilho do pedaço restante de pizza. acontece que o tal pedaço era do sabor favorito de um dos outros que estava na casa, que por sua vez dormia num colchonete.

sem hesitar, ao caminhar corredor adentro, passando na frente do quarto que se encontrava com a porta aberta, gritou: "almeida, tem um pedaço de pizza aqui." e fez isso enquanto atirava o pedaço de pizza em cima dele. bem, ele estava dormindo em um colchonete e também estava bêbado, afinal de contas era carnaval, e não acordou.

feito isso, abriu uma outra porta da qual sentenciou ser a porta do banheiro e estando lá dentro, sacou o pau, sem acender a luz e deixou a catadupa de urina fluir livremente sabe-se lá onde.

esse onde era o primo de sua namorada, ele tinha entrado no quarto do coitado, que recebendo o banho, não sabia se continuava a ser mijado ou saía para que sua cama se molhasse no lugar dele.

nesse meio tempo, a mãe do rapaz batizado acordou e advertiu: "paulo, o que você está fazendo?!" foi então que ele se virou na direção dela, assustado e descontrolado e esquentou os pés nus da anfitriã também. com o esvaziar de sua bexiga, suas energias se esvaíram também e ele dormiu ali mesmo.

a cereja no bolo fecal foi o pobre almeida, que acordou gritando tal qual um réprobo, com formigas a lhe comer a pele já ardida do castigo do sol, atraídas pelo pedaço de pizza que lhe foi "presenteado" na noite anterior.

fim de papo.

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