segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Trinta reais e uma péssima decisão

Essa história tem como protagonista um notável amigo, capaz das mais diversas façanhas, personagem de uma miríade de desventuras, sempre fruto de más decisões catalisadas pelo álcool.

Pois bem, o fato é que existe um lugar, de nome Choperia liberdade (que agora ficou famoso, e deixou de ser novidade e exclusivo). É um lugar bastante peculiar, costumava ser frequentado por prostitutas e japoneses de meia idade do sexo masculino, em sua maioria. Possui um karaokê, diversão eletrônica muito popular entre os nipônicos, uma chapa com brasa constante, mesas de sinuca, caça níqueis, máquinas de video poker, quadros animados (você pode encontrá-los por lá mesmo na liberdade, no caso de ter um péssimo gosto), enfeites de natal o ano todo, enfim, uma série de atrações agrupadas de forma incoerente.

Tem quem adjetive esse lugar com a alcunha de "glamour zero". E com razão! Mencionei os enfeites de natal, mas esqueci de citar os enfeites de festa junina, que também conquistaram a posição de titular entre os tão notáveis enfeites que caracterizam esse lugar como único.

Essa história se passa na época dos japoneses e das prostitutas. Certa vez até testemunhei uma cena que muito me chamou a atenção: estava lá um desses "tigrões" japoneses, sentado numa mesa com diversos lugares que aparentavem estar ocupados. Ele fumava, usava um traje social de forma desleixada e em sua frente um grupo de prostitutas de má aparência jogava sinuca. Pela expressão dele, aposto que era importante em algum lugar. Ou pelo menos ele se sentia. Eu sinceramente nπo entendi a malandragem.

Voltando ao foco, que não é nada disso, lá estava nosso herói a tomar algumas (muitas) com seus amigos. Ele é uma personalidade notável, muito engraçado, por conta disso tem muitos amigos. Nesse dia ele estava se sentindo benevolente, e pagou drinks para alguns amigos, ao ponto que quando acertou suas contas lhe restaram somente trinta reais.

E não é que uma das prostitutas se aproxima dele e oferece seus serviτos por R$70,00! E ele aceitou! E ainda por cima aceitou ir pra um dos hotéis pulguentos do perímetro por mais R$70,00! Uma imprudência com déficit de R$110,00.

Para sua sorte, a prostituta, que já havia passado por muitas primaveras, aplicou-lhe um boquete e dormiu. Dormiu!

Ele olhou para a puta dormindo. Subiu as calças. Chegou até a recepção. Os responsáveis estavam bem entretidos com algum programa de nenhuma importância. "Ora, ora ora! Vou é me mandar daqui" pensou o nosso protagonista.

Saiu fora do pulgueiro, já eram umas 9:30 da manhã. Entrou no carro. Estava a dar a partida quando ouviu três batidas no vidro. "Puta que pariu, me pegaram, estou fodido!" Estava um sujeito a apontar uma arma em sua direτπo.

"Dß a grana, mano!" - disse o sujeito. "Eu só tenho 30 reais!" - respondeu nosso herói, ainda pensando que se tratava de algum dos funcionários do hotel. Instant Karma.

Mas, o figura pegou seus 30 reais e saiu correndo, para feliz surpresa do assaltado, que pensou que teria que lidar com a lei! Rá rá! Liberdade!

Chegou em casa. Seus pais estavam desesperados. "XXXXX, onde você estava?"- perguntou sua mãe.

Com poucas cartas na manga, conseguiu sacar um ás de espadas e respondeu: "Acabo de sofrer um sequestro relâmpago!"

"Eles eram negros, não é? Eles eram negros?!" - Perguntou seu padrasto fascista.

E ele se deitou para descansar um pouco. Passado algum tempo, sua mπe foi chamá-lo para que ele fosse trabalhar, mesmo que atrasado, e notou que sua cueca estava no bolso da calça.

"XXXX, acorda! Sequestro relâmpago, não é? Roubaram o que? SEU Cú!?" Essa última frase foi proferida simultaneamente com a cuecada que ela deu na cara dele.

Fim de papo!

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